Resumo
Esse vídeo pretende
oferecer instrumentos aos professores da educação
infantil e do ensino fundamental para as tarefas da educação
inclusiva, auxiliandoos a lidar com as dificuldades no desenvolvimento da
linguagem oral em crianças
com síndrome de down, especialmente até os 7 ou 8 anos. Esse
recurso possibilita
ampliar o conhecimento dos aspectos fisiológicos que trazem
alguns limites para
essas crianças conquistarem plenamente a comunicação por
meio da fala. Por outro
lado, também aponta possibilidades lúdicas, cognitivas e
terapêuticas para a
superação destes mesmos limites, valorizando outras
linguagens, como a linguagem
gestual, a expressão facial, assim como a própria linguagem
escrita que costuma ser
mais facilmente desenvolvida por eles.
Palavras-chave
Educação inclusiva, linguagem oral, gestual e escrita,
comunicação, síndrome de
down.
Nível de ensino
Educação infantil e primeiro ciclo do ensino fundamental.
Modalidade
Formação de professores: série com sugestões direcionadas
aos professores com discussões
e orientações didático-pedagógicas. A TV Escola leva até a
sua sala de aula os melhores documentários e séries de conteúdo educativo.
Acompanhe nossa programação no Canal 123 da Embratel, no
Canal 112 da SKY, no Canal 694 da
Telefônica TV Digital ou gratuitamente sintonizando sua
antena parabólica: analógica - Hor /Freq. 3770 e
digital banda C Vert /Freq. 3965
Na internet acesse http://tvescola.mec.gov.br e assista ao
vivo, 24 horas.
Componente curricular
Linguagens, Educação inclusiva, Didática.
Disciplinas relacionadas
Língua Portuguesa, Educação Física, Educação Artística,
Música, Ética.
Aspectos relevantes do vídeo
- A valorização da auto-estima da criança com síndrome de
down é essencial, por
isso não subestime suas capacidades cognitivas.
- A atenção que é dada à linguagem não verbal destas
crianças, pois ela é importante
diante das dificuldades fisiológicas com a fala que este
grupo enfrenta: esse apoio
no gestual e na expressão facial, assim como a linguagem escrita e até mesmo a
linguagem de libras (especialmente na educação infantil), podem ser poderosos
auxílios na conquista da comunicação e, consequentemente, na interação social
desses alunos.
- Há dificuldade especial deles em transições e na
receptividade de coisas novas,
mas a socialização das crianças e jovens com síndrome deem
salas de aula com
outras vinte crianças ou mais é um desafio necessário.
- O estímulo à coordenação motora, pois seu desenvolvimento
é essencial para o
aprimoramento da linguagem oral desses alunos e a conquista
de uma boa fala.
- É muito comum a essas crianças criarem outro padrão de
desenvolvimento da fala,
em geral mais lento do que um desenvolvimento gradual: às
vezes, alternam
períodos de estagnação com saltos em suas conquistas –
esteja atento.
- Perceber que o importante não é o ritmo da aprendizagem,
mas construir uma base
sólida e avançar hierarquicamente, sem pular etapas: A TV Escola leva até a sua sala de aula os
melhores documentários e séries de conteúdo educativo.
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• . primeiro introduzir pequenas palavras, substantivos
concretos, como água, comida,
um brinquedo, a mãe ou outro familiar;
• depois, aos poucos, associe esses objetos a uma qualidade
e só depois da associação
de dois sintagmas estar conquistada, introduza outra
informação associada.
Exemplo: 1º: sapatos; 2º: sapatos vermelhos; 3º: sapatos
vermelhos da mamãe e, por
fim, 4º: introduza as ações e seus verbos representativos,
sempre colocando a
criança em experiência. De preferência mostre ou desenhe
tudo quanto for possível
ao seu aluno com síndrome de down.
Duração da atividade
Duas aulas duplas, cada qual com dois tempos de 45 ou 50
minutos de duração. Na
1ª aula dupla, realizam-se
as etapas 1 e 2 da atividade, podendo esta etapa da
exibição do vídeo ser dividida entre as duas aulas e, na
segunda aula dupla, realizase a etapa 3 da atividade proposta.
O que o professor poderá aprender com esta aula
- A superar os preconceitos que existem com relação aos
portadores de síndrome de
down ou outras necessidades especiais, encarando com dedicação o desafio da
educação inclusiva, afinal todo professor é um agente
transformador da realidade.
- A não ter medo da exposição dessas crianças: leve-as ao
mundo e apresente o
mundo a elas, estimulando a família a fazer o mesmo, não as
protegendo da vida,
em toda sua beleza e dificuldade.
- A conversar com a criança com síndrome de down sobre as
atividades do dia a dia
em sala de aula, pois o desenvolvimento da fala dela está
sempre aquém do seu
desenvolvimento cognitivo, logo, ela compreende muito mais
do que fala e mesmo A TV Escola leva até a sua sala de aula os melhores
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do que demonstra, portanto vale estimular a prosódia na
escola e em casa, mesmo
que a criança pareça alheia.
- Perceber que a complexidade do conteúdo afeta a
inteligibilidade da fala, por isso
procure repetir a fala simples, cotidiana, evitando relatar
episódios muito abstratos
ou inéditos, por exemplo.
Conhecimentos prévios que devem ser trabalhados com o
professor
na tarefa de inclusão do seu aluno
Algumas informações
são importantes para o professor que vai ser
facilitador desta inclusão da criança com síndrome de down
na rotina escolar
cotidiana:
• o desenvolvimento da fala entre os 2 e 7 anos é muito
desigual entre os portadores
de síndrome de down e as demais crianças, especialmente
devido a alguns aspectos
fisiológicos e neurológicos;
• em geral, crianças com síndrome de down têm complicações
auditivas o que torna
difícil para elas começar a falar só pelo que ouvem. Alguns
fatores afetam sua
audição e outros afetam sua oralidade, interferindo na fala,
os mais relevantes são:
elas comumente têm otite média devendo ser acompanhadas por
otorrinos e realizar
audiometria regularmente;
• enquanto os dutos auditivos das demais crianças tendem a
se alargar após os 2 ou 3
anos, nas crianças portadoras de down, só mais tardiamente,
aos 6 ou 7 anos, isso
ocorre;
• é anatomicamente difícil para as crianças com síndrome de
down manter a língua na
boca, pois o espaço entre os maxilares é achatado e isso
deve ser observado, pois a
anatomia do rosto também influencia a fala; A TV Escola leva
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• há também algumas diferenças neurológicas às quais devemos
estar atentos, pois a
coordenação motora dos músculos da face é estimulada pelo
cérebro, logo é muito
importante insistir no desenvolvimento da expressão facial e
em gestos
significativos nas crianças com down, especialmente para
expressar afetos,
sentimentos, emoções – elementos mais abstratos;
• é necessário que as crianças com síndrome de down tenham o
acompanhamento de
um fonoaudiólogo que estimule sua oralidade, sua fala, para
auxiliar o
fortalecimento dos músculos da boca e da face, que também se
desenvolvem com a
própria deglutição, no processo da alimentação, em que se
realizarão exercícios
lúdicos e muito importantes, como chupar pirulito, assoprar
bolinhas de sabão, entre
outros. Dentro do possível, a escola deve procurar
estabelecer o elo entre a família,
o professor e o profissional de saúde, buscando onde se
realiza este serviço de saúde
no município, orientando e promovendo parcerias;
• para não desencorajar seu aluno com síndrome de down,
procure não corrigi-lo
apenas pela beleza ou correção na pronúncia das palavras,
quando ele se expressar
pela fala: só o corrija quando você não estiver entendendo o
que ele diz, isto é,
quando o objetivo da comunicação não for alcançado.
Estratégias e recursos da aula/descrição das atividades
Etapa 1 – mobilização
Inicie a aula, motivando os professores, aqui em posição de
‘alunos’,
indagando-os sobre os benefícios e os desafios da educação
inclusiva em nossas
escolas na atualidade. Procure saber se seus
professores-alunos já tiveram a
experiência e peça-os para trocar seu conhecimento sobre o
assunto. Esse primeiro A TV Escola leva até a sua sala de aula os melhores
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momento visa instaurar o debate, trocando informações e
estratégias de sucesso,
também diagnosticando possíveis preconceitos e resistências.
Etapa 2 – Exibição do Vídeo
Sugere-se a exibição do vídeo em sua íntegra, se possível
pausando e
recapitulando os principais conteúdos abordados ao final de
cada parte nas quais o
filme está dividido ou em duas partes: uma parte inicial na
1ª aula e a outra na 2ª
aula, antes da atividade prática.
Etapa 3 – Atividade
O forte desses alunos é o estímulo visual (textos, fotos,
desenhos, imagens,
gestos, encenações) e um dos objetivos a ser alcançado é a
ampliação de sua
capacidade imitativa, pois como dizia Aristóteles “o imitar
é congênito no homem e
por imitação aprende as primeiras lições”. Logo, a atividade
aqui proposta terá
efeitos diretos no desenvolvimento cognitivo e em especial
em melhorias da fala do
seu aluno com síndrome de down.
A atividade pretende explorar algumas possibilidades dentro
desse campo da
representação visual ou da mímica, utilizando-se para isso
desde palavras impressas
como base para a fala (associando desenhos ou figuras à
imagem escrita), no caso
dos alunos do ensino fundamental já alfabetizados, aos
jogos, vivenciados e/ou
elaborados pelos próprios alunos, em que o aprendizado
ocorre de modo lúdico e
prazeroso, além de proveitoso cognitivamente. Seguem abaixo
duas propostas de
jogos que podem ser trabalhados:
1) Jogo da Memória: confeccionar um jogo da memória temático
a partir de pares de
figuras iguais que representem o mesmo objeto (pode ser
produzido com desenhos, A TV Escola leva até a sua sala de aula os melhores
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fotografias, figuras de jornal ou revista), sempre com
palavras presentes no campo
semântico que está sendo trabalhado (por ex. objetos de
higiene, material escolar,
animais da fauna brasileira entre outros). Pode-se colar a
figura em pedaços
recortados de papelão ou de embalagens pack, aproveitando para ensinar a
reutilização do lixo que nós mesmos produzimos. Depois que
as crianças
confeccionarem vários pares, abre-se a roda para jogar o
jogo da memória, sempre
narrando os objetos a fim de estimular a imitação e a
repetição oral por parte das
crianças.
2) Jogo de Mímica: toda a turma interage nesse jogo em que
cada aluno ou grupo de
alunos representa para o restante da turma, por meio da
mímica, elementos da vida:
ações, frases, títulos de livros, nomes de filmes ou
novelas, passagens de histórias e
personagens conhecidos, etc. Os demais alunos têm a tarefa
de adivinhar o que está
sendo apresentado pela linguagem gestual e pelos sons
utilizados pelos alunos que
não podem durante a representação usar a expressão oral
verbal. Realizar essa troca
de posição, colocando todos os alunos na posição de
prescindir da linguagem oral
verbal, é importante tarefa simbólica na conquista da
inclusão da criança com down,
pois ela se sentirá mais próxima e parecida com os
membros do grupo. Por outro
lado, também é possível perceber com essa atividade e
exposição dos indivíduos da
turma características de cada um que os diferenciam, através
das expressões faciais,
do gestual, dos sons emitidos.
Obs.: é importante colocar a criança down em experiências
concretas para ensiná-la
frases, ações, preposições (como embaixo, em cima, etc.),
aliando as imagens e as
atividades aos processos verbais. A TV Escola leva até a sua sala de aula os
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Sites recomendados:
http://www.institutoinclusaobrasil.com.br
http://www.portalsindromededown.com
Questões para discussão
Associar a linguagem a suas funções e desejos, trazendo a importância da
comunicação oral, pode enriquecer a socialização da criança
com síndrome de
down?
Quais são as diferentes modalidades de linguagem que podem
ser desenvolvidas por
nós, seres humanos?
Quais são as funções que a linguagem pode ter? A qual(is)
dessas funções as
diferentes modalidades de linguagem melhor se referem?
Quais são as possibilidades e os limites da tarefa da
educação inclusiva no ensino
brasileiro, especialmente nas escolas públicas?
Bibliografia
ARISTÓTELES. A poética. São Paulo: Abril Cultural, 1978.
WINNICOT, W. A criança e seu mundo. São Paulo: Editora LTD,
1992.
Consultor: Joana
Tolentino
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